quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Não dar poder a hetero


Marcelo Serrado foi no Faustão e o homossexual que inspirou o personagem Crô deu um depoimento, mas não era amigo do ator, apenas o conheceu quando Marcelo fazia laboratório nas boates gays. No final o Faustão disse: “e aí grande Marcelo, pai da...” que tonto, como se dizer que fulano é casado ou tem filhos fosse uma afirmação da heterossexualidade dele, pra ninguém mais confundir com o personagem ou suspeitar, pois na cabeça das antas deve ser muito feio e criminoso ser gay pra sujar a imagem ou levantar suspeitas. Se não foi isso, mesmo assim, o Fausto é muito sem noção de ficar dizendo nome de filhos ou pais dos atores. E no Natal aqui em casa que comentaram disso e também do episódio da Cristina Mortágua na respectiva “se acha, só porque o filho era gay”. Deu a sensação de que estavam comentando só pra notar minha reação, pois ficaram com uma cara como se soubessem que sou gay e vou nas paradas, ainda mais que um que foi é parente deles e como se eu estivesse escondendo isso, tivesse que me assumir pra eles. Aliás, como se eu tivesse que me expor e avisar cada ser humano na Terra que sou gay. No Jornal da Globo as babacas pesquisas de “o que os brasileiros gostam numa mulher e o que elas esperam num homem”, tirando totalmente a questão da diversidade e ainda por cima generalizando a opinião dos heteros. Temos que parar de dar nosso poder para os heteros, do que podemos ou não, de até onde podemos ir ou deixar que eles nos definam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário