terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Balada 18


Na 1ª chovia, na 2ª frio e na 3ª mó calor, por isso resolvi ir, e também não iria encontrar o Carlos tão cedo. Com a volta do tempo quente as ruas pareciam cidades litorâneas, barzinhos lotados. Por isso resolvi sair, dormir pra que? E a lua cheia então, inspirava romance naquele lugar com terraço, que não era nada romântico porque estava lotado. Preferi ir sozinho que de carona, fui de regata e correntinha. O ônibus teve que parar porque umas travestis correram pra pegar. O motorista educado, já deve estar acostumado com elas, que fazem programa em Jund. Uns manos idiotas estavam no banco de trás e já falaram: “Pode ver que é viado”, reclamando que por isso que o ônibus parou. Elas sentaram lá na frente e, na hora de descer andaram rápido, talvez acostumadas com os olhares tortos e insultos, saíram rápido pra evitarem. Tinha um cara que ficava falando de mulher, mas bem lembro da olhada que deu da outra vez e estranhamente parado na esquina. Procurei algum bar pra tomar um energético por que não sei se ia agüentar duas semanas seguidas. O Extra estava fechado e fui andando por ruas desertas, escuras e estranhas de Jund, como se estivesse num sonho. Quem diria, em lembrar que um dia eu temia a reação da minha mãe quando eu começasse a virar a noite.

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