sábado, 11 de fevereiro de 2012

Balada 15


Na claridade percebi que o Carlos usava lente de contato clara. Não sei pra que, se de noite e no escuro da balada, o tom ficava preto mesmo que demorei pra perceber. Não curto caras que usam lente de contato de cor, parece que não se aceitam e isso é muito gay mesmo, rs, aí já fico pensando que o cara vai embibar logo. Ele acariciava meu cabelo, ai meu deus, ele já é bagunçado e vou ter que deixar outra pessoa nessa intimidade de me tocar e me bagunçar todo, descobrir meus defeitos, rs. Ele quis saber da minha história, quando me assumi e depois disse que nem pareço, que “perto da maioria que estava lá embaixo, eu não tinha nem trejietos e nem estilo de me vestir parecido”. O Jú falou pro Cláudio se tudo bem, que ele desse uma carona pra mim, já que eu ia de ônibus, não sei por que se o carro era dele e cabia. Enfim, me despedi com um beijo no Carlos, que ficou com uma cara de gato de botas triste, pedindo baixinho pra eu ficar mais e ir embora as 8hs. Mas como se a balada tava acabando e se fosse de busão, ia ter que esperar umas 2horas, ia ficar com ele onde? Nem trocamos telefone, só disse que aparecia por lá a cada 15 dias. Mas fiz a coisa certa, não ia transar com ele, nem o conhecia direito e melhor do que da outra vez que fiquei a pedido do Marcos e me arrependi por não ter seguido meu plano original.

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