Virada Cultural part.4

Beijei ele algumas vezes, mas dessa vez foi diferente, não senti nem vontade, será que estou virando hetero? Dei uns beijos meio penetrantes. Só sei que não fiquei nem meia hora com ele e ainda bem que já estava na hora de pegar o trem de volta. Contou que ali tem a Freedom que tem matinê de domingo e sempre vem, que ele era de Carapicuíba, um pouco depois de Osasco (tinha que falar dessa cidade como referência?). Mas vindo pelo caminho passei pela República e Avenida São João e estava lotada de gays adultos, muitos bears, parecia até dias de parada gay, onde eles ficam todos na calçada observando a parada passar. Tinha uns paulistanos com barba, mas cortada impecavelmente. Se eu quiser alguém agora já sei onde procurar, hehe. Mas fiquei preocupado, será que o fim do meu relacionamento me deixou tão abalado que não consigo nem sentir prazer num beijo e nem interesse em outros caras? Dizem que um paixão se cura com outra, mas não estou vendo isso não, meu coração parece não ficar disposto e aberto. Na descida da escada do metrô, dois rapazes jovens grudadinhos, pelo menos as agressões na Paulista não intimidaram estes casais. Interessante é que visualmente vi muitos gays boys, manos, que se você olhar tem tudo de hetero, de suburbano que dança hiphop, boné, era inacreditável ver que ficavam com outros. No trem um homão interessante ficou do meu lado, depois numa outra baldeação, um loirinho bem gato que eu havia paquerado na ida reapareceu, mas era hetero, o legal era que conforme os vagãos esvaziavam, eles pareciam estar me acompanhando, pois o povo só via dois sentados grudados como se fosse namorados.