sábado, 1 de março de 2014

Sem Camisa na Augusta

...Subi pela Augusta sem camisa, não tenho aquele físico mas com tanto calor, ali sem ninguém me conhecer, quis fazer a linha praia. E não é que tinha muitos me olhando, porque eu dava um caldo, de boné, correntinha, moreno alto. Um grupo de lésbicas conversaram comigo a respeito de como fazer pra pegar aquelas bicicletas públicas. Desfilei um pouco na Paulista e vesti a camisa, sentando num ponto de ônibus. Notei que dois caras conversavam num canteiro, não se beijavam, mas trocavam carícias, passavam a mão no cabelo do outro. Um era lindo, que pena, por que não acontece comigo? Eu ali sem fazer nada só precisava de um bonito pra trocar carinho. Mas foi legal, ver bem cedo, um casal gay na avenida mais importante do Brasil, ali na homoafetividade. Depois fui até uma praça do bar Spot, que a noite só tinha casal gay lá namorando. Achava que era um espaço privado ou uma universidade, até que descobri que é público, o Espaço Cultural do Conjunto Nacional. Um refúgio pra quem não quer ficar tão exposto assim namorando na Paulista, com câmeras de segurança, lixeiras, esfreguiçadeiras, vasos de areia pra apagar cigarro, jardins com fontes e chafariz. Depois fui no Parque Trianon, que só tem aranhas, não vi mais gays caçando lá como antes, um ou outro sentados que não dá pra saber se são michês. Sequei as pernas de um ciclista. Depois enrolei no Conjunto Nacional e vi uns saradinhos indo até a academia Bio Ritmo.Continua no dia 08/03

Nenhum comentário:

Postar um comentário