sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Balada 69

Não queria ficar em casa, então mesmo sem vontade, peguei o resto do dinheiro que tinha e fui pra São Paulo. Ainda bem que a briga foi antes pra dar tempo de pegar o ônibus. Quando estou com vontade de dançar ou azarar aí nada acontece. Sem vontade, vesti a mesma camisa que fiz sucesso na parada e lá fui, quem sabe se conhecesse um namorado pra me distrair no fim de semana. Perdi o ônibus e fui enrolar na praça, quando vejo um gatinho descendo uma rua. Aproveitei e o segui, acreditem, meu gaydar estava afiado. O cara não só foi pra rodoviária, como também não era tão gatinho de rosto, era o Murilo. Como ele ia pra Campinas, não quis ir pra aquele lado, a capital ia me oferecer muito mais. Fui pra Loca, que dá última vez mesmo não tendo beijado pelo menos fiz amizades. Vejo dois caras pegando o ônibus, um é todo malhado e já o devo ter visto em alguma parada. Acreditem, quando chego na esquina da Loca, eles estavam lá, ê mundo pequeno. A tempos não chovia e começou a cair cada raio, mas deu tempo de chegar seco na estação do trem. Logo já vi na Consolação aqueles gatos paulistanos e seu perfil típico, muitos deixam a barba preta e por fazer, corpos quadrados de malhação. Na esquina da Paulista com Augusta é um ponto de encontro. Não acreditei quando vi um mano beijando outro homem, e foram vários assim, cada vez não parecem mais gays, inclusive muitos da periferia se vestem como manos.

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