segunda-feira, 2 de maio de 2011

Hetenormatividade


Em Sorocaba o tema da festa era “Dia do Trabalhador contra todas as formas de preconceito”. No programa “Batendo o Ponto”, o funcionário gay que não conta para o patrão pra não perder a reputação, disse que contar algo assim é uma decisão dele. Sim, todo gay no armário é dono da sua própria vida pra decidir contar ou não, mas desde quando é uma decisão própria? A sociedade é que decidiu que ser gay é anormal, inferior, uma doença e nós nos enjaulamos aceitando esta idéia, depois dizemos que ser discretos é uma decisão própria. É nada, é medo da rejeição, agimos e pensamos como eles, continuamos não nos assumindo, por que se assumir é correr o risco de ser marginalizado e rotulado. Pensei sobre isso novamente, quando num grupo de conhecidos, uma ia contar que “tinha um bicha do lado”, pra logo depois ela mesma corrigir lembrando que a filha disse que não é bicha que se fala, mas gay, por que aí não é preconceito. Mas se eu quiser dizer que a palavra gay também é esteriotipada posso, até estava vendo um musical de 1934 com Fred Astaire que se chama The Gay Divorcee, que em português significa A Alegre Divorciada, onde a palavra gay tem seu significado exato, pois homossexuais foram chamados de gays por serem alegres e humorados, assim como chamavam de mulherzinha, por terem comportamentos femininos. Mas não gostei do comportamento dessa minha amiga, poxa, ainda não sabem que sou gay? E eu aqui dentro, continuo me passando por hetero já que não me perguntam ou não dou a mínima se os outros insistem na heteronormatividade e acham que todos naturalmente são heteros? Foda-se!

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