quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Bar Gay - Penúltima Parte

Subi meio cismado, afinal o cara não era confiável ainda mais estranho. Já ia me perder naqueles lances de escada. Entrei no apê dele, minúsculo, bagunçado, sentei na sua cama e ele foi legal, dizendo que eu podia deitar se quisesse. Ligou a televisão só que num dvd de funk que era só mulher de shortinho descendo até o chão, vixe. O cara era mesmo hetero, em nenhum momento se insinuou, ficamos conversando por umas 4 horas sobre a vida. Ele disse que foi expulso da casa da tia, que tinha problema familiares, que ficou desempregado e precisava pagar o aluguel dali, que já não tinha mais comida na geladeira, que tudo o que queria era um café da manhã. O pai dele o estava ajudando mas sequer veio ali e deu um abraço, que é natural da região de São Paulo. Agora, quando ele contou que já fez parte do pcc, que era envolvido com o tráfico pesado e que já matou um sem querer, foi até preso na Febem por isso. Pronto, me deu um calafrio e pensei: "noite completa, conheci prostitutas, traficantes e agora finalizo com assassinos pro meu currículo", rs. Mas fiquei tenso, a minha intenção era arrumar uma desculpa e cair fora naquele exato momento, ainda mais quando nossos papos de religião divergiam e ele ficava sério, e depois falava que não quer fazer certas coisas, que sabe que é errado, mas que o diabo atenta, que o demo fica com uma voz na cabeça dele. Meu Deus, só faltava o exu baixar nele ali e me matar...

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