Como o Dani não foi no reveillon comigo, mesmo assim trocamos mensagens por celular, só coloquei crédito pra combinar com ele. Na virada demos Feliz Ano Novo um para o outro, ainda assim perguntou se eu ia mesmo na Tunnel. Respondi que sim por que estava inseguro de ficar ali sozinho de madrugada e era a única aberta e barata. Sem falar que também fiquei com vontade de conhecer, ainda mais depois que ele me atiçou. Eu dizia que ali já estava uma parada gay, pois vi vários casais gays namorando e de mãos dadas, numa boa no meio da multidão hetero. Eu tinha feito um mapa do percurso até a rua dos ingleses e segui até a Brigadeiro. Corajoso em andar por ruas que nunca fui, sozinho na capital de madrugada, mas senti uma liberdade, era 1 da manhã e nem estava deserta a rua, muitas pessoas desciam por aquele pedaço, inclusive vi uns gatos de bermuda e uns mais afeminados que segui, minha intuição acertou que iam pra lá. Também não acreditei que aquele gato curtia e foi lá. A rua é deserta, cheia de prédios residenciais e árvores que escurecem um pouco. Mas logo que vi uma pequena fila e grades relaxei, não tinha inscrição na fachada. Gostei do ambiente, que apesar de fechado, era um buraco que ia descendo, um labirinto pra se perder. Os caixas embaixo da escadaria meio em caracol, ladrilhos na decoração. Até uma lanchonete tem dentro, nunca vi isto em nenhuma outra balada, que ficava no alto e tinha uma visão das pessoas lá embaixo...
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